O animal arisco não retorna para o ninho. grita em silencio, lambe as ulceras, corre longe entre as pedras e em meio a chuva. um coração arisco não se entrega. corre sem enxergar quase que sumindo. sendo assim quem pode entender quando um sentimento chega depressa, fazendo perder as forças e caindo no chão rasgando o peito. largado e vulnerável, nem mais consegue lembrar porque tanto já se prendeu. sente dores e suspira na interminável vontade de aprender o mapa, seguir o atalho da "calmaria" da vida la fora e que sabemos que "existe". talvez a felicidade ate aguarda, mas como tudo que aguarda demais também se cansa. por vezes se tenta chegar mais perto e cada passo a mais, sente que ela pode esta atrás. e volta. só que mais uma vez não a encontra lá. o animal então começa a sentir o peso da ansiedade que atiça os sonhos. e outra vez se excita com a ideia que pode conseguir o que deseja, e ver que mais uma miragem o espera. vive encontrando-se nos pesadelos e grita ao seu mundo sem luz sem ninguém escutar. sabe se libertar e consegue se entregar sincero pra que os bons sentimentos possam agarra-lo do jeito que quiserem. mas o medo torna a prende-lo. não o deixa admitir a parte clara e suave que existe por dentro quando se sente sozinho, e quando sente o cheiro doce da vida diferente do cheiro de mato que costuma sentir. porque o animal arisco não retorna para o ninho, mesmo sem forças ele corre aflito. e eu me deito e espero pra que um dia ele encontre o caminho.
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