Então o medo e o receio do perigo desapareceu junto com a vontade de ficar em casa somando com as ilusões. Começei a somar os bons momenos, as boas saudades e sensações que chegam com um tal poder de felicidade e trazem inspiração para compor um abreviado, feliz e intenso do que estou vivendo. Talvez um dia, quem sabe, vou precisar contar a mim mesma a historia de um poema escrito numa velha folha, encardida e manchada pelo tempo. Pra que a lembrança não fique tão fugitiva, e eu não esqueça completamente que mesmo o coração estando fechado e frio e a boca dizendo não, os olhos ainda conseguem luzir as esperanças quem brilham aqui dentro. Os anos passam. Os acontecimentos vêm um por cima dos outros e o sentido passa a ser o contrário do que imaginávamos. E a vida é cheia de coisas que nunca se advinham. Ontem foi escuridão, e mesmo não sabendo ao certo de amanhã, hoje acredito em tudo que brilha. E é isso que aumenta ainda mais a minha vontade incontrolável de querer ver por muito tempo as flores na minha casa, o sol nas manhãs, o frescor nas tardes quentes e na lua, o brilho das nossas noites.
Um comentário:
Tenho uma caixinha de madeira não muito chique onde guardo lembranças sutis de uma vida de tristezas momentâneas e felicidades intensas, essa caixinha está em alguma parte da minha memória.
Me pergunto todos os dias se devo ou não jogar a chave fora.
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Adorei seu texto viu Peixinha.
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